Olá amigo empreendedor da comunicação visual, este têm sido o material mais “doloroso” que tenho produzido nos últimos tempos. Neste período de crise, tento entender e projetar o tamanho do impacto nas famílias que essa pandemia está causando e muitas vezes me sinto impotente, visto que o remédio (Fechar as empresas e ficar em casa), tem efeitos mais devastadores que o próprio vírus, isso é claro, no meu entendimento. Como dizem estudiosos, ao final da pandemia, teremos mais falidos do que falecidos.  

Eu penso que a inércia, neste período de crise, é a pior medida a ser tomada. 
– Nós precisamos agir!
– Eu, Rafael, CEO da Holdprint, estou agindo.
– Você vem comigo?

Bom, em acredito que todo bom gestor precisa dar o exemplo, então, as ações que eu estou lhe trazendo foram baseadas no que eu projetei para os meus negócios, para aquilo que eu acredito. Vale lembrar que nem tudo precisa ser feito no seu caso, assim como eu não precisei fazer tudo nos meus, mas digamos que este foi um “check-list” que adotei para entender se deveria ou não executar. Vamos lá?

Você precisa entender que ninguém sabe ao certo o tamanho do problema, mas ninguém conhece melhor a sua empresa e seus clientes do que você. Monte 3 cenários, um deles crítico, prevendo nenhuma venda por 90 dias. Um segundo cenário, talvez mais realista, prevendo uma paralisação de 30 dias, e por fim, um cenário otimista, uma pausa de 15 dias.

Bom, agora você deve projetar o seu fluxo de caixa. O uso de um bom sistema de gestão deve te ajudar neste processo. Mas se você não utiliza nenhum, uma planilha pode lhe ajudar neste momento. Recomendo você projetar seu caixa nos 3 cenários para entender o “rombo” financeiro nestas 3 hipóteses, no entanto, eu recomendo que você projete todas suas ações baseando-se no cenário mais crítico possível. Abaixo coloco um exemplo de fluxo de caixa com estes 3 cenários:

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Algumas observações: 

• Note que no cenário mais crítico, neste cenário fictício, o fluxo voltou a ficar positivo já em julho, e o saldo financeiro da empresa, sem tomar crédito, ficou positivo em fevereiro. Bom, foram 11 meses depois, mas a empresa não quebrou, e também não foi o fim do mundo;
• Perceba que eu considerei o mês de março, somente 50% do faturamento, logo, quando falamos em 90 dias, é 90 dias de hoje, para frente, mas considerei 15 dias perdidos em março, logo, seriam 105 dias ao total; 
• Refaça o fluxo de caixa de acordo com o seu cenário, talvez sua margem seja maior, ou menor, mas na prática, sendo sua margem positiva, mais cedo ou mais tarde você voltará a ficar positivo.

Bom, agora já sabemos o tamanho do nosso problema para o pior cenário, neste meu exemplo, eu terei a maior quebra de caixa no valor de R$ 226 mil no final de Junho, isto é, se esta empresa tivesse uma reserva neste valor, isto é, aproximadamente 226% do seu faturamento, o pior cenário da crise, ela praticamente não iria sentir os efeitos em seu caixa. Como não é o nosso caso aqui, vamos começar algumas ações para resolver este problema de furo de caixa.

• Suspensão por 3 meses do pagamento do FGTS, podendo este valor, após o período de carência, ser parcelado com as demais guias;
• Prazo prorrogado para pagamento do Simples Nacional:

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• No entanto, após esse período, caso o fluxo ainda não esteja favorável, o governo federal já possui ativo o programa de refinanciamento dos tributos, em até 60x;
• Liberação de 55 bilhões de reais por meio do BNDES para capital de giro para pequenas e médias empresas. 
• Novas ações ainda estão sendo liberadas pelo governo, você pode acompanhar no site oficial do ministério da economia.

Todos os grandes bancos brasileiros, e a grande maioria das cooperativas estão facilitando a renegociação de contratos de crédito para quem estava adimplente (pagando em dia). Por via de regra, estão oferecendo suspensão dos pagamentos por 60 dias, sendo incluso estes valores no final do contrato, sem sombra de dúvidas isso é um grande alívio para o caixa da empresa.

Uma curva ABC de contas a pagar nesta etapa será importante para sabermos quais contas devemos priorizar, isto é, quais delas são CLASSE A, aquelas que mais impactam nas despesas da empresa, abaixo um exemplo:

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Perceba que mais de 50% de nossas despesas não estão ligadas a colaboradores, e sim a outros custos. E são eles que precisamos atacar primeiro. ATENÇÃO! Eu reforço que isto é em nossa empresa de exemplo, você precisa adaptar ao seu cenário.

Eu considero como prioridade total os nossos colaboradores, eles devem receber antes de todos, então, antes de refazermos nosso fluxo de caixa, eu levarei em consideração que não haverá atraso nem renegociação no pagamento deles, ok?

Talvez você possua alguns contratos de manutenção, tanto de equipamentos produtivos, tanto de TI, telefonia, Contador, Sistemas de Gestão. Cancelar estes serviços pode ter um impacto negativo em sua empresa. Se realmente o serviço não agrega em nada, você já cometeu o erro de contratar, este custo nem deveria ter entrado para sua empresa. Agora, se de fato é um serviço útil, renegocie com seu fornecedor, parcelo valores em aberto. Por exemplo, você não conseguirá pagar um, dois meses, solicite para parcelar o valor em mais parcelas até as quando as coisas melhorarem.

“Assim, todos ajudam a todos, ninguém prejudica ninguém, em uma corrente, um elo que se quebra, prejudica todos.”

Um caso especial: ALUGUEL do Prédio/Pavilhão. Muitos proprietários estão isentando o aluguel, visto que, diferente dos contratos mensais de prestação de serviço que possuem custos, como funcionários, etc. O aluguel é um retorno de investimento, e a perda do inquilino, trará um prejuízo imediato maior do que a isenção, e este sim, eu apoio que solicite isenção deste período “parado”.

Agora, levando em conta o pior cenário, apresento o fluxo de caixa recalculado, com base em conta os benefícios oferecidos anteriormente, e as renegociações com os fornecedores:

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Veja quais ações foram feitas:

• Solicitação perante o banco de interrupção de parcela do capital de giro tomado por 2 meses;
• Renegociação com fornecedores de matéria prima pegando o saldo de 3 meses (R$ 66 mil), parcelados em 6 vezes;
• Renegociação dos impostos pegando o saldo de 3 meses (R$ 30 mil), parcelados em 12 vezes;
• Anistia de 3 meses aluguel.

Perceba que nossos problemas de caixa ainda não resolvi no cenário crítico, mas diminuímos nosso problema, antes, tínhamos uma defasagem máxima de nosso caixa no valor de R$ 226 mil reais. Agora, com estas mudanças, a defasagem máxima caiu para R$ 113 mil reais.

Bom, talvez, mesmo com estas medidas, em um cenário crítico, a solução não venha. Para isso, usaremos mão de outro ponto levantado lá em cima. LINHAS DE CRÉDITO. Os bancos estão facilitando muito as linhas para bons clientes, com ótimas taxas. Conforme comentei anteriormente, o BNDES liberou 55 bilhões em crédito para micro e pequenas empresas.

Abaixo, montei um cenário tomando, em abril, um crédito no valor que falta para nosso caixa, R$ 113 mil reais, com pagamento previsto para 36 parcelas, com uma carência de 2 meses, e uma taxa nominal de 1,99% a/m, vejamos o resultado:

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Pronto! Podemos voltar a respirar novamente, nosso problema de fluxo de caixa está solucionado. E isso foi feito, baseado no pior cenário, isto é, sem faturar por 3 meses. E nossa empresa exemplo está ativa, e em 11 meses terá um caixa de R$ 106 mil reais. Ótimo não?

Como falei inúmeras vezes, cada caso é um caso, você precisa estruturar o cenário com base em sua realidade, tudo pode ser diferente, mas as soluções tendem a ser parecidas.

Para lhe ajudar, coloquei o download das planilhas utilizadas logo abaixo para que você possa adaptar ao seu modelo ter mais tranquilidade e previsibilidade para passar por este momento difícil.

TENHA CALMA! VOCÊ ESTÁ NO CAMINHO CERTO, EMPREENDER VALE A PENA.

Acima de tudo, você precisa entender, esse período vai passar, a demanda vai continuar existindo, nosso segmento de comunicação visual é forte e necessário em nossa economia, priorize a gestão e organize seu caixa, mais alguns dias e tudo vai voltar ao normal.